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O que eu nunca fui

Ainda ontem assisti vídeos, vi fotos, senti cheiro de memória.
Aquela criança estava ali, com aqueles olhos gigantes e a melancolia que sempre me acompanhou. Era eu. Eram os meus olhos, os mesmos grandes olhos que vejo no espelho, os mesmos que ardem e desaguam sempre que me altero. 
Era eu criança, mas nem tão pequena como me sinto de vez em quando.  É um sentir-se pequeno diferente, é ver que não havia maldade, não havia tristeza, e não haviam decepções.

Eu nunca fui a mais popular da escola, a amiga indispensável e insubstituível, a mais bonita do grupinho, muito menos a pessoa que sempre tem alguém do lado... E não reclamo. De tudo o que nunca fui, uma coisa posso afirmar: a minha dignidade e sinceridade sempre andaram comigo. Sempre, mesmo nas piores hipóteses, mesmo com as piores pessoas.

Resumo o que nunca fui em tudo o que vejo nas pessoas: a maldade, o egoísmo e coisas do tipo. Eu procurei sempre não me igualar ao pior, muito pelo contrário, sempre involuntariamente fui o oposto dessas pessoas. Se isso é qualidade? Aí eu já não sei.

Não sou a mais correta, escrevo textos separados por parágrafos que nem sempre são divididos corretamente, fracasso nas dietas, falho com as pessoas, e recuso convites pra sair por estar com preguiça. E aí, quem nunca? Se tem uma coisa que nunca fui é perfeita (e ainda me pergunto se há alguma maneira de alcançar esse estado de espírito). Não busco o que nunca fui, afinal, isso não fez e nunca fará parte de mim. Se mudasse, seria algo diferente de mim, talvez até outra pessoa.

Não busco em alguém o que eu sou, mas também não idolatro o que nunca fui (e nem sinto falta). Há muito do que não sou que me vanglorio, porque defeitos tão cruéis não desejo pro meu mundo.
O que sou não me permite enaltecer maldades. O que sou não se agrada com falsas promessas.
O que nunca fui não deseja ser. 

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